IM Ernesto Rodi Confirmado!
A história do protagonista do nosso texto de hoje não é das mais comuns. Nascido
em Montevidéu, em 19 de março de 1968, Luis Ernesto Rodi mudou-se muito cedo com
seus pais para a Argentina. Aos seis anos de idade, foi morar em uma pequena cidade de
cerca de 5 mil habitantes, chamada Santa Terezinha.
Com sete anos, Luis recebeu de presente de aniversário de uma vizinha um
tabuleiro e peças de xadrez, porém, por não saber o movimento das peças, não levou
muito a sério a “brincadeira”. De fato, somente aos 12 anos de idade, ensinado por um
colega de aula, começou a descobrir os encantos das 64 casas. Podemos dizer que foi
um amor “à segunda vista”.
Pela cidade em que residia ser muito pequena, não havia um clube de xadrez para
a prática, e Rodi limitava-se a partidas amistosas com amigos, parentes e vizinhos. Até
disputar seu primeiro torneio (aos 15 anos de idade), compensou a falta de competições
com muito estudo. Fã da coletânea “Tratado General de Ajedrez” de Roberto Grau,
devorou os livros mais de uma vez para melhorar seu jogo. Também procurava estar
sempre a par das disputas de campeonatos mundiais, e já citou Kotov como um de seus
autores prediletos.
Por residir na Argentina e disputar torneios naquele país, foi registrado junto à
Federação e por anos defendeu a bandeira do país vizinho. Inclusive, foi aos 21 anos de
idade que publicou seu primeiro rating Fide, com a marca de 2290 pontos. Tamanha
façanha deu-se também pelo fato de que, naquela época, a Federação Internacional
somente publicava ratings acima de 2200 pontos, para se ter uma ideia da dificuldade.
Entre idas e vindas nos tabuleiros, dedicando-se a atividade de jornalista e ao ramo
do Turismo, onde também tem formação, foi aos 42 anos de idade que Luis Ernesto Rodi
decidiu mudar-se para o Brasil e dedicar-se ao Xadrez de forma mais profissional. Pouco
antes disso, aos 39 anos, havia ultrapassado a barreira dos 2300 pontos e se tornado
Mestre Fide, no ano de 2007.
Na época em que mudou-se para o Brasil, já tinha uma norma de Mestre
Internacional, mas Rodi conseguiu as outras duas normas em terras tupiniquins. Jogando
um torneio Magistral no Clube Hebraica em 2009 conquistou sua segunda norma após um
desempenho de 4,5 em 9. O empate na última rodada com o campeão da competição,
GM Alexandr Fier, foi o resultado definitivo para o importante passo na sua carreira.
Já em janeiro de 2011 veio sua terceira e definitiva norma. E foi jogando no Rio de
Janeiro, no ITT Clássico de Verão e com desempenho de 7/9, vencendo o MI sueco Dan
Cramling na última rodada do certame. Para o título porém, ainda faltava alcançar os
2400 pontos no ranking da Fide, fato que ocorreu ainda no ano de 2011. Após uma
sequência de bons torneios, Rodi alcançou 2416 pontos na lista de maio e tornou-se
Mestre Internacional de Xadrez. Até o presente momento esse é o maior rating já
alcançado pelo uruguaio, que atualmente possui 2291 pontos.
Luis Ernesto Rodi solicitou a mudança de sua bandeira para o Uruguai, sua terra
natal, e disputou duas Olimpíadas pelo país; em Baku 2016 e Batumi 2018. Atualmente é
o 10º colocado do Uruguai na listagem da Fide, e um dos seis Mestres Internacionais do
país. No II Rio Chess Open, tentará aproveitar os bons ventos que trouxeram sua terceira
norma de MI e conquistar grandes resultados no torneio que em breve se inicia.